quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

*-*-*- FELIZ *-*-*- ANO NOVO*-*-*-

Neste último dia em que o velho ano se despede de nós para nunca mais voltar, recebi este belo presente, via email e resolvi partilhar com todos os meus visitantes e amigos, desejando que o novo ano chegue bem de mansinho assim, novinho em folha, para nos ajudar a todos a realizar os nossos projectos e alcansar todos os sonhos guardados lá no fundo dos corações.
Que ele nos traga muita, mas mesmo muita saúde para que possamos viver a felicidade todos os dias de 2010
feliz ano Novo .

Beijinhos da avó Guida
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-
Receita de ano novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
Cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)


Para você ganhar um ano
Não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
Mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
Novo
Até no coração das coisas menos percebidas


(a começar pelo seu interior)
Novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,


Mas com ele se come, se passeia,
Se ama, se compreende, se trabalha,
Você não precisa beber champanhe ou qualquer outra birita,
Não precisa expedir nem receber mensagens


(planta recebe mensagens?
Passa telegramas?)
Não precisa
Fazer lista de boas intenções
Para arquivá-las na gaveta.


Não precisa chorar arrependido
Pelas besteiras consumadas
Nem parvamente acreditar
Que por decreto de esperança


A partir de Janeiro as coisas mudem
E seja tudo claridade, recompensa,


Justiça entre os homens e as nações,
Liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
Direitos respeitados, começando
Pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,


Você, meu caro, tem de merecê-lo,
Tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
Mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
Cochila e espera desde sempre.


Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Natal de Quem???????????

NATAL DE QUEM?


Mulheres atarefadas

Tratam do bacalhau,
Do peru, das rabanadas.



-- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!
- Está bem, eu sei!
- E as garrafas de vinho?
- Já vão a caminho!

- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?
- Não sei, não sei...



Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino
Murmura baixinho:



- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?

Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,
Nem oração ou reza.

Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!



Algures esquecido,
Ouve-se Jesus dorido:

- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?



Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.



Amontoam-se sacos e papeis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?



O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem-estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?



Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,



Quem se lembrou de Mim?
Não tive tecto nem afecto!
Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:



- Foi este o Natal de Jesus?!!!



(João Coelho dos Santos
in Lágrima do Mar - 1996)
O meu mais belo poema de Natal



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Boas Festas
Feliz Natal